Confira tudo que rolou na Live sobre a LGPD PARTE 2
No dia 17 de agosto, o Portal da Drogaria, o Programa Mais Clientes e a Siena Innova promoveram a live com Natalino Barioni para falar sobre a Lei de Proteção de Dados (LGPD) para as farmácias.
A live que teve duração de aproximadamente 1 hora de duração foi muito produtiva com várias dicas do nosso convidado.
Para melhor aproveitamento da leitura dos nossos usuários, separamos a live em dois conteúdos enriquecedores. Você perdeu a Live?
Confira a primeira parte do texto aqui. Confira tudo que rolou na Live sobre a LGPD PARTE 1
Agora, confira aqui as 7 dicas para deixar sua farmácia frente a concorrência deixadas pelo palestrante:
1. Não subestime a LGPD
A lei não está voltada apenas às questões jurídicas, ela envolve processos que são comuns no dia a dia da farmácia e pode ser aplicada em diversos aspectos diferentes como para os colaboradores, fornecedores e parceiros.“Você tem que olhar todos os contratos e termos de adesão que tenham sido assinados. Todos os dados sejam eles de fornecedores, colaboradores ou parceiros precisam ser revistos, pois eles também estão enquadrados na LGPD. Por mais que esses documentos sejam de natureza jurídica, nos contratos constam os dados pessoais das pessoas, por isso se enquadram na nova lei.
É necessário olhar, também, toda a sua estrutura de dados, pois as empresas parceiras que, junto com você, prestam serviço de tratamento de dados para atendimento precisam estar enquadradas e estruturadas para atender as exigências da lei.
E não podemos esquecer do encarregado, ele também é uma figura importante. Lembre-se que é essa pessoa que terá uma representatividade importante no caso de possíveis problemas. Ela é a pessoa que representa a sua farmácia perante a agência nacional de proteção de dados.”
2. Garanta a segurança da informação
A LGPD veio para garantir a privacidade dos dados, por isso, é fundamental assegurar que as informações dos clientes, colaboradores e parceiros estão 100% seguras. Essa proteção é necessária para sistemas, materiais impressos e também para o que é falado ao cliente.“Lembre-se que os processos também incluem os canais de atendimento e canais de venda porque, dentro da LGPD, existem diversas formas de comunicação com o mundo exterior e elas abrangem desde o que você fala até os dados que são armazenados.”
Natalino recordou, ainda, de um caso famoso no Brasil de uma rede de farmácias que foi multada porque o balconista não soube explicar ao cliente o porquê ele queria seu CPF.
“Se você tem um funcionário falando pessoalmente, ou no telefone, ele tem que estar devidamente capacitado para saber como pedir os dados do consumidor, entender os procedimentos e esclarecer as dúvidas na hora da venda. Não pode ter mais essa falta de clareza e conhecimento dos processos.”
3. Seja minimalista
Será que você precisa e utiliza todos os dados que estão sendo solicitados? Quanto mais dados, mais riscos sua farmácia corre. Por isso, a dica é captar apenas os dados que são essenciais para a comunicação do seu negócio com o cliente.“Ser minimalista não só para captar os dados, mas para utilização nos processos internos. Por exemplo, quando você pede para o motoboy fazer uma entrega, você fornece o mínimo possível de dados do seu cliente para ele? Ele precisa ter acesso ao e-mail do seu cliente? Não! No máximo nome e endereço. Então, por que fornecer mais informações para ele?
Sua farmácia utiliza relatórios impressos no dia a dia? São necessário dados completos para a realização das tarefas? Você tem rotina de deletar os dados? Como são destruídos esses papéis?
Lembre-se todos esses cuidados são necessários a partir de agora.”
4. O consentimento é a porta de entrada
Essa é uma das dicas mais importantes!Seja claro. O consentimento é o momento em que o seu cliente está aceitando passar uma informação e, para isso acontecer, ele precisa entender o porquê ele está te passando os dados dele.
“Lembre-se que existe diversos tipos de consentimento, por exemplo, eu chego para ele e falo ‘Você pode me passar o seu CPF, porque eu vou fazer uma pesquisa para te dar um desconto?’ Isso é um consentimento. Ele está concedendo o direito de você ter um dado pessoal dele, embora seja um consentimento ainda implícito, porque ele não está assinando um papel, ele está começando a dar uma informação e isso é muito importante.”
Mas se seu cliente não entender a informação, não compreender sobre o que ele está consentindo, ou para qual finalidade você usará a informação, você futuramente poderá ter um problema. Por isso, seja claro, passe a informação o mais simples e compreensível possível.
“Outro ponto importante sobre o consentimento é que o cliente precisa ter o poder de decidir não passar alguma informação. Vamos supor que ele não queria passar o endereço, ele precisa ter esse direito de passar apenas o nome, CPF, mas não passar o endereço.”
Por isso, sua equipe precisa estar bem-preparada para explicar corretamente por que precisa dos dados, qual a finalidade e com quem esses dados serão compartilhados e quando os dados serão excluídos.
5. Atenda por programas da indústria
Os programas da indústria foram os primeiros a se adequarem a LGPD, uma vez que, desde 2003, quando foram criados, a questão de dados e da privacidade já eram importantes.Hoje, as farmácias também têm os mesmos riscos da indústria. Por isso, não tenha receio em atender pelos programas achando que eles podem trazer mais riscos para o seu negócio, pois eles começaram a se adequar a LGPD muito antes da lei começar a exigir.
“Inicialmente, as farmácias começaram a entender que a LGPD só oferecia risco com os programas da indústria, mas não é bem assim. Na verdade, os programas da indústria foram os primeiros a começar a se regular.
Lembre-se que as farmácias também dependem dos programas da indústria. As farmácias não conseguem dar aquele desconto sozinha, ela precisa desse incentivo da indústria. Sabemos que, hoje, milhões de pessoas estão cadastradas nesses programas e um cliente que compra na farmácia pelos programas se fideliza e a chance de ele continuar comprando ali é muito grande”
Por isso, é importante que as farmácias continuem oferecendo os descontos pelos programas, já que essa é uma grande oportunidade para o varejo.
Lembre-se que os programas da indústria são um grande atrativo de clientes para sua farmácia, então continue utilizando os programas como estratégias de vendas.
6. Cuide da promoção e fidelização
Veja sua farmácia como uma controladora que toma as decisões e responde por elas e saiba como criar um programa de fidelização utilizando os dados dos seus clientes de acordo com a LGPD.Fique atento, também, à forma como você divulga as promoções da sua farmácia, deixe claro a diferença entre promoções abertas e exclusivas e aos seus clientes que você está adequado a LGPD.
“Não é correto você ter uma promoção, por exemplo, que está dando 10% de desconto para todo mundo em um determinado produto. Nesse caso, todo mundo tem direito aos 10%, aí eu chego na farmácia e o balconista pede meu CPF para dar desconto e me dá desconto de 10%.
Mas espera 10% é o desconto que já está escrito na prateleira, eu dando os meus dados ou não, eu já teria direito a esse desconto. Quando o balconista pede o CPF para dar esse mesmo desconto, ele está enganando o cliente.
Por isso, é muito importante que as promoções que requerem CPF, não podem ser iguais as demais promoções. Nesse caso é necessário que tenha algo a mais do que aquele mesmo desconto”
7. Faça da LGPD uma rotina contínua
Entenda que a LGPD veio para ficar, por isso é importante realizar uma mudança de cultura. Os aspectos da lei e a necessidade de se adequar a nova política de privacidade vai nos acompanhar por muitos e muitos anos.Então não basta uma simples reunião com a equipe, é necessário reforçar essa mudança continuamente até que se torne um hábito.
“Faça LGPD uma rotina contínua, os efeitos da lei vieram para ficar. Lembre-se que sua equipe nunca teve que viver isso que estamos vivendo agora, e como nós vimos a LGPD abrange diversos processos dentro da farmácia.
Por isso, é importante entender esse momento como uma mudança cultural. Não basta uma simples reunião ou treinamento com o seu time, é preciso reforçar continuamente até virar hábito. Então vai ter que insistir e tornar a insistir.
A parte mais difícil da LGPD não é a implantação, mas o problema é o dia seguinte, porque ao longo dos dias pode ser que você troque o funcionário, novas funções do sistema podem aparecer e o toda a equipe precisa ir se adequando a essas mudanças”
Pronto, esse foi um resumo das 7 dicas deixadas por Natalino Barioni durante a live.
E aqui vai mais uma dica nossa para você: acesse o vídeo com a gravação completa da live sobre a LGPD e veja mais detalhes sobre essas e muitas outras dicas!



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